Olhos e ouvidos para quê?
Mt 13,16-17
“Felizes são vossos olhos, porque veem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram.”
Oração
Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.
Comentários
Meus olhos viram a tua salvação.
O texto de hoje é a continuação da pergunta dos discípulos: “Por que lhes falas em parábolas” (v. 10). A resposta de Jesus faz uma distinção entre os discípulos e a multidão: “... a vós foi dado a conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não” (v. 11). Então, Jesus fez distinção de pessoas?
Não! A compreensão deve ser positiva, pois ela tem uma força de interpelação para o leitor do evangelho: somente no seguimento de Jesus Cristo é que suas palavras fazem plenamente sentido. Não é Jesus que fala de maneira enigmática, mas os que ouvem não se sentem envolvidos por seu ensinamento. É como se a palavra de Jesus não lhes dissesse respeito.
A bem-aventurança do v. 16 diz respeito à pessoa de Jesus. Ver o Messias, ouvir a sua voz, foi o desejo de muitos profetas. O velho Simeão exulta: “Agora, soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2,29-30).
Carlos Alberto Contieri, sj
Comentário do Evangelho
POR QUE FALAR EM PARÁBOLAS?
Jesus teve motivos para escolher o método parabólico como meio de comunicar os mistérios do Reino. As parábolas exigiam, por parte dos ouvintes, uma grande capacidade de entrar em comunhão com Jesus, para poder captar-lhe a mensagem. Caso contrário, não se ia muito além da materialidade das palavras. E a parábola não passava de uma historinha meio sem graça, por falar de coisas evidentes. A mensagem das parábolas estava escondida atrás das palavras e só era captada por quem fosse capaz de buscar seu sentido oculto.
Por outro lado, a linguagem das parábolas era simples, mas exigia interpretação por parte dos ouvintes. As parábolas escondiam uma mina inesgotável de ensinamentos. Cada pessoa que as escutava podia descobrir uma mensagem particular e, com isso, iluminar a própria experiência de consagração ao Reino.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que a mensagem das parábolas era compreendida por uns, permanecia incompreensível para outros. A uns era dado compreender os mistérios do Reino, a outros não. Seria isto um preconceito de Jesus em relação a algumas pessoas? Não! A compreensão dos mistérios do Reino não é dada a quem, de antemão, se fecha para Jesus. Seria perda de tempo querer comunicar-lhes o que não querem receber. Feliz é quem abre olhos e ouvidos para acolher Jesus!
Oração
Senhor Jesus, faze-me conhecer os mistérios do Reino, para que eu possa trilhar, com segurança, os caminhos do Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Meus olhos viram a tua salvação.
O texto de hoje é a continuação da pergunta dos discípulos: “Por que lhes falas em parábolas” (v. 10). A resposta de Jesus faz uma distinção entre os discípulos e a multidão: “... a vós foi dado a conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não” (v. 11). Então, Jesus fez distinção de pessoas?
Não! A compreensão deve ser positiva, pois ela tem uma força de interpelação para o leitor do evangelho: somente no seguimento de Jesus Cristo é que suas palavras fazem plenamente sentido. Não é Jesus que fala de maneira enigmática, mas os que ouvem não se sentem envolvidos por seu ensinamento. É como se a palavra de Jesus não lhes dissesse respeito.
A bem-aventurança do v. 16 diz respeito à pessoa de Jesus. Ver o Messias, ouvir a sua voz, foi o desejo de muitos profetas. O velho Simeão exulta: “Agora, soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2,29-30).
Carlos Alberto Contieri, sj
Comentário do Evangelho
POR QUE FALAR EM PARÁBOLAS?
Jesus teve motivos para escolher o método parabólico como meio de comunicar os mistérios do Reino. As parábolas exigiam, por parte dos ouvintes, uma grande capacidade de entrar em comunhão com Jesus, para poder captar-lhe a mensagem. Caso contrário, não se ia muito além da materialidade das palavras. E a parábola não passava de uma historinha meio sem graça, por falar de coisas evidentes. A mensagem das parábolas estava escondida atrás das palavras e só era captada por quem fosse capaz de buscar seu sentido oculto.
Por outro lado, a linguagem das parábolas era simples, mas exigia interpretação por parte dos ouvintes. As parábolas escondiam uma mina inesgotável de ensinamentos. Cada pessoa que as escutava podia descobrir uma mensagem particular e, com isso, iluminar a própria experiência de consagração ao Reino.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que a mensagem das parábolas era compreendida por uns, permanecia incompreensível para outros. A uns era dado compreender os mistérios do Reino, a outros não. Seria isto um preconceito de Jesus em relação a algumas pessoas? Não! A compreensão dos mistérios do Reino não é dada a quem, de antemão, se fecha para Jesus. Seria perda de tempo querer comunicar-lhes o que não querem receber. Feliz é quem abre olhos e ouvidos para acolher Jesus!
Oração
Senhor Jesus, faze-me conhecer os mistérios do Reino, para que eu possa trilhar, com segurança, os caminhos do Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
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