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Notícias e textos de cunho religioso.
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O Amor se sacrifica Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos. - 1 João 3: 16 A vida pode ser difícil. Mas o q...
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Casados, Separados, Casais de Fato, Divorciados, Coabitação...
A comissão nomeada pela Mesa Valdense italiana para aprofundar o tema Família, matrimônio, casais de fato reuniu-se no dia 19 de maio, pela última vez antes do Sínodo, e divulgou um comunicado a fim de informar as Igrejas e um público mais amplo sobre o caminho realizado durante o ano, em reconhecimento ao Senhor.
Hoje se fala muito de família, mas cuidamos pouco das famílias. Mesmo no nosso país, de fato, com esse termo, já nos referimos a realidades de convivência e a laços afetivos muito diferentes também entre si: em muitas partes, propõe-se falar de "famílias", no plural. Isto é, a família, mesmo sendo um ponto de referência fundamental para renovar relações de amor, perdão e confiança, não é uma realidade imutável, dada in natura, mas está em contínua transformação.
Ao contrário, ela é uma formação que muda no tempo e no espaço, condicionada pela sociedade e pela cultura, e que se enriquece com as culturas e com as fés dos outros, isto é, com os inúmeros imigrantes que já se tornaram parte integrante da nossa sociedade multiétnica e multicultural.
É possível que modos diferentes de viver a família possam coexistir em uma sociedade e em um momento histórico? As transformações familiares sofreram uma aceleração nos últimos anos, levando a Itália à Europa, também em termos de transições demográficas. A família supostamente "natural" é, na realidade, regulada pelo Estado, que define por lei quais vínculos afetivos e quais convivências são "famílias" e quais, ao invés, não podem ser consideradas como tais.
Além disso, além das leis, o Estado intervém para moldar a família também através das políticas sociais cada vez mais empobrecidas por um sistema de bem-estar reduzido já aos mínimos termos. Ou, melhor, em um quadro bastante fosco, surge, mais uma vez, o papel fundamental desempenhado pelas famílias como substituto de amortizadores sociais, fazem também brotar – especialmente em anos de crise econômica – as tensões, os pontos de ruptura de um sistema muito sobrecarregado e também muito desequilibrado.
O protestantismo convida a conceber qualquer família como fundamentadas na vocação, na formação de um vínculo recíproco e duradouro (solidariedade, afeto e apoio mútuos, perdão) e na aliança da graça com Deus. O casal se torna realidade primeira com relação à filiação (para alguns também importante), e – é preciso enfatizar –, a esse propósito, não é especificada a orientação sexual de tal união, também a partir da nova pesquisa exegética que permite interpretar as Escrituras de modo aberto e à luz da Graça.
Os estereótipos e as desigualdades de gênero ainda estão ativos na sociedade e nas Igrejas. No entanto, espera-se que essa nova discussão em curso há alguns anos nas Igrejas metodistas e valdenses sobre famílias, parentalidade e casais de fato – que estão em uma inexplicável invisibilidade institucional, tão embaraçosa quanto mais elas estão difundidas socialmente – possa gerar uma ampla e frutífera reflexão.
Para o protestantismo, os novos modelos e as novas formas familiares (single com ou sem filhos, separados e divorciados, famílias recompostas, coabitação e agregações de tipo familiar) não constituem um problema, mas são, nesse caso, uma riqueza para articular uma reflexão sempre renovada e fecunda sobre a vocação dos fiéis, a partir das uniões através das quais se testemunha o Evangelho na sociedade.
É preciso continuar vivendo todas as formas de família de modo cristão, sem, porém, "descristianizá-las", mas mantendo aquela distância crítica que permite relativizar todo modelo de família.
No pensamento reformado, todo âmbito de vida é um lugar onde se expressa a própria vocação. Dentro da busca multiforme de relações conjugais e familiares, o/a fiel encontra um dos espaços privilegiados de expressão da fé e do amor conhecidos em Cristo.
O texto foi publicado na revista Riforma, semanário das Igrejas evangélicas batista, metodista e valdense da Itália, 01-06-2012.
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